Raízes e Rotas 

 

A Belizário Galeria apresenta a exposição “Raízes e Rotas” uma mostra coletiva mostrando a pluralidade do país. 

Ocupando o "Porão", a exposição apresenta os trabalhos de Binário Armada, Douglas C da Silva, Finonho, Paty Wolff e Pé de Pavão com uma curadoria sensível do galerista Orlando Lemos. 
 

Binário Armada / CE

 

Sua narrativa transpassa a ancestralidade e nos faz refletir também sobre a grande ligação indígena com a terra, com a aldeia, sobre a constante busca para sentir-se em casa. Assim surgem alguns elementos essenciais de seus trabalhos, como os “Aba-ocas”, em livre tradução do tupi-guarani “Homem-casa” (personagens com cabeças de casa). O místico e as lendas também estão representados em suas obras pelos “Encantados”, os quais são personagens com aparência antropozoomórfica. Sendo também músico profissional, Binário Armada traz para o papel a música, as danças e personagens que evocam a ancestralidade e os elementos da natureza através de seus rituais.

Outro componente das obras de Binário Armada é o Códex Mokōî Ygarussu, uma escrita imaginária criada pelo artista. Como processo para preencher as lacunas do seu passado, o artista, que sempre teve fascínio por letras, alfabetos de civilizações antigas e símbolos, através da escrita assêmica desenvolveu a sua própria língua, a Îagüarype, em homenagem ao Rio Jaguaribe, que significa “no rio das onças” 

 

Douglas C. da Silva / MG 

 

Douglas Carlos da Silva (1989), pernambucano, possui formação interdisciplinar nas áreas de moda e design gráfico. Sua pesquisa artística tem como campo de interesse a problematização do corpo, sobretudo negro, e os padrões de beleza calcados em uma referência branca e européia. Elabora trabalhos que transitam entre o universo têxtil e o desenho a partir de resíduos da indústria da moda e outros materiais banais. Quase sempre trabalha a partir da figura humana, para então distorcê-la. Vive e trabalha em Belo Horizonte, Minas Gerais.

 

Finonho / RJ 

 

Lucas Finonho (Rio de Janeiro, 2001) é graduado em Artes Visuais pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), e também já frequentou cursos na Escola de Arte Visuais no Parque Lage (EAV). Já participou de diversas exposições institucionais coletivas e premiado com a melhor pintura do ano (Prêmio BIC 2023)

Uma das grandes promessas do circuito carioca de arte, o artista plástico Lucas Finonho vem da Baixada Fluminense, de onde ele traz reflexões sobre as constantes fragmentações e reconstruções que enfrenta, sendo um jovem preto e gay de periferia. Nascido e criado em Duque de Caxias, expondo a sua primeira exposição individual “Imagem e semelhança”, no Museu de Arte do Rio (MAR).

 

 

Paty Wolff / MT 

 

Paty Wolff (Cacoal/RO, 1989) é multiartista-geógrafa. Vive e trabalha em Cuiabá/MT. Suas produções transitam entre pintura, cerâmica, desenho, ilustração e escrita literária. Pesquisa a decolonização da representação e do olhar sobre corpos negros e afro-diaspóricos. Nas artes visuais, tem integrado exposições coletivas nacionais e internacionais, com destaque para: Encruzilhadas da Arte Afro-Brasileira, CCBBSP e CCBBBH (2024) e Bienal Internacional de Santa Cruz de La Sierra, Bolívia (2023). Na literatura, foi finalista do Prêmio Jabuti de 2022, com o livro “Como pássaros no céu de Aruanda” (Entrelinhas Editora, 2021).

 

Pé de Pavão / MG 

 

Vindo do Vale do Mucuri, Pé de Pavão encarna as subjetividades do artista catrumano Gustavo Brito. Valendo-se das formas livres e das cores, o pseudônimo extrapola o regionalismo vernacular do universo de Gustavo e o transforma em representação não óbvia de si e de sua compreensão da vida.

Em seus trabalhos, vemos a incorporação da consciência em telas que retratam a prosa de onde ele nasceu, a vida reaprendida a viver sob a lente da bipolaridade e a sede de sensibilidade daqueles que observam a fundo o mundo, sempre maior do que parece ser.